O Direito das Famílias pode ser considerado o mais humanizado dos ramos jurídicos. Apesar disso, as problemáticas familiares ainda são predominantemente resolvidas no Poder Judiciário através do litígio, um sistema que privilegia o confronto, em que para um ganhar, o outro precisa perder.
Os operadores do direito que atuam com direito de família, já estão percebendo que as sentenças judiciais advindas de forma impositiva por um terceiro, somadas a frieza da lei e um comportamento adversarial dos advogados proporcionam resultados que não atendem aos reais interesses das famílias.
Essa sistemática conflituosa vai na contramão da humanização do direito e acontece porque grande parte da população e alguns advogados ainda não conhecem os métodos consensuais de solução de conflitos, como a mediação e a conciliação.
Para minimizar essa situação de hostilidade, os profissionais que trabalham com direito de família vêm evoluindo de maneira significativa. Eles estão percebendo que além do conhecimento técnico/legal, é fundamental adotar uma postura humanizada, empática e acolhedora, além de desenvolver habilidades de comunicação e escuta ativa.
Essas capacidades permitem que o advogado familiarista faça um mapeamento minucioso do conflito do seu cliente, o que proporciona uma visão ampla do problema. Então, o advogado poderá encaminhar o seu cliente para a alternativa mais adequada, que poderá ser através de um acordo de vontades, ou se necessário, ao processo litigioso.
Destaca-se que não se propõe acabar com o processo judicial, ele é necessário e sempre terá o seu espaço. Mas, será que deve ser utilizado sempre como a primeira opção?
Diante dessa situação, os novos advogados de família devem estar atentos aos seguintes aspectos:
Prestação de atendimento humanizado e customizado;
Judiciário como ÚLTIMO recurso (UTI do Direito);
Entender que a tradição acadêmica adversarial está perdendo espaço;
Foco em resolver sem judicializar;
A tendência é que os advogados familiaristas utilizem o processo adversarial de maneira residual, isto é, utilizá-lo apenas quando todas as outras alternativas consensuais forem esgotadas e restarem infrutíferas.
Os operadores do direito que desenvolverem essas competências, terão maiores chances de resolver os problemas estruturais familiares de forma efetiva. Tudo isso através da advocacia humanizada.
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